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PSICANÁLISE DIA A DIA.... DA QUARENTENA

  • Foto do escritor: Tânia Ferreira
    Tânia Ferreira
  • 27 de mar. de 2020
  • 2 min de leitura

PRIMEIRA TEMPORADA


1. SUPORTE !!!!

Estaríamos frente a frente com o Real - como o compreende Jacques Lacan - “O Real enquanto impossível de suportar”, não fosse a potência criativa de cada um....

Para muitos, o problema recai mais sobre a quarentena ( que não é nada fácil) que no devastador coronavírus, a pandemia e o que isso tem causado em cada um, de modo particular... Mas é diante desse inimigo invisível, destruidor e gigante, que traumatiza, angustia, inquieta, que começam a ganhar força nossos próprios inimigos: ansiedade generalizada; angústia e pânico;· impotência;· culpa; desespero; devastação;desencanto. Para muitos, a lista vai se avolumando: medo, pavor, horror.....Revolta, indignação, frustração... .... .... ...


Além disso, outras respostas como depressão, melancolia, e até certo “enlouquecimento” – que acontece quando alguém tem de suportar mais do que seria possível suportar - e até o desencadeamento da “loucura” , podem ir se manifestando, segundo a estrutura psíquica de cada um.

Diante disso, muitos psicólogos, psiquiatras e outros profissionais, têm criado orientações”, “dicas” e “aconselhamentos terapêuticos” online, para profissionais e para a população em geral - O quê também é importante nesse momento.

Mas para nós, num tempo em que se vive sob a égide de prescrições, determinações, protocolos, não se trata de propor mais “condutas”, “formas de agir” , nem de dizer o quê ou como fazer, mas de abrir um espaço de possibilidades de pensar, analisar e provocar elaborações sobre esse contexto e seus efeitos em cada um....Então, vamos!!!

Nesse tempo obscuro, de privações, incertezas, falta de controle e domínio sobre seu próprio mundo e sua existência e, sobretudo, de ameaças concretas ao corpo e à vida, cada um há de tecer seu jeito próprio de lidar (ou de não lidar, negando, por exemplo) com esse inimigo invisível e devastador.

Entrar em sofrimento psíquico ou mesmo “adoecer”, ter sintomas - físicos, até - nesse momento de pandemia, não é para ser lido como “fraqueza", "fragilidade”, “ incapacidade” ou se achar meio “doido”, tampouco como algo permanente. São respostas subjetivas a essa ameaça concreta que cerca a todos, colocando cada um em risco.


Frente a esse vírus real, que incide com tal violência, as formas "previsíveis" de funcionamento psíquico, são rompidas e corrompidas. E de forma avassaladora.

Hoje, não podemos mais dizer de pessoas em “ situação de vulnerabilidade” social. Todos e cada um está em situação de vulnerabilidade.... social e psíquica. Uns mais, outros menos, segundo os suportes que cada um tem...

Diante do insuportável, cada um há de tecer, inventar seu próprio suporte e, porque não? procurar ajuda se se sentir num “beco sem saída”....Importante é não se tornar um “censurador” da maneira com que está lidando com tudo isso que causa incerteza, dor e até horror.


Pode parecer impensável achar saídas nesse breu, mas cada um tem seu potencial criativo e, se confiar nisso, há de conter e lutar contra sua própria epidemia: as respostas de impotência e paralisação.

Seguimos!!

 
 
 

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Psicanálise em ato vivo.

por Tânia Ferreira.

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